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By Ferramentas Blog

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

259- MANOEL VITORINO PEREIRA

259- MANOEL VITORINO PEREIRA
MANOEL VITORINO PEREIRA
GOVERNADOR DA BAHIA
VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
*

Nasceu em Salvador, no dia 30 de janeiro de 1853. Seu pai era um artista português, proprietário  de uma oficina de marcenaria, instalada em 1830, ano em que chegou ao Brasil.
Até os 14 anos de idade, Manoel Vitorino foi iniciado na profissão de marcineiro mas, pouco a pouco, guiado por inclinação pessoal, dedicou-se  ao estudo da  ciência e da literatura.
Contrariando a vontade do seu pai, atirou-se aos preparatórios, com vista ao ingresso na Faculdade de Medicina da Bahia.
Em apenas dois anos, realizou os estudos necessários, matriculando-se, em 1871, na tradicional casa de ensino.
 Em 1876, colou o grau de doutor em Medicina, quando defendeu tese inaugural, sobre “Moléstias Parasitárias Intertropicais”.
Dois depois, foi aprovado em concurso para lente substituto da Seção de Ciências Acessórias.
Passados alguns meses, seguiu para a Europa onde permaneceu um ano, em viagem de estudos.
Regressando à Bahia foi nomeado regente interino da cadeira de Anatomia Patológica, recentemente criada.
Em 5 de agosto de 1883,  após memorável concurso em que a Faculdade, concedeu, por unanimidade, pela vez primeira, um voto de louvor a um candidato, conquistou a cátedra de Clínica Cirúrgica.
Em 1885, iniciou sua vida política.
Publicou vários artigos na imprensa local, nos quais defendeu a abolição da escravatura.
Assumiu a presidência do Liceu de Artes e Ofícios, ocasião em que transformou a velha instituição, criando a biblioteca e implementando grandes melhoramentos de cunho o mais moderno e avançado.
No final do 2º Império, foi nomeado vive-presidente da província, cargo que não aceitou.
Proclamada a República, foi nomeado governador da Bahia, tomando posse no dia 23 de novembro de 1889. Governou apenas cinco meses.  Discordou do marechal Deodoro, e retirou-se do governo do estado, em 15 de abril de 1890.
Em seguida, foi eleito membro da Assembléia Constituinte e do Senado Estadual.
Foi Senador Federal , Vice-Presidente da República (1894-1898) e Presidente, na ausência de Prudente de Morais (1896-1897).
Concluído o mandato, seguiu para a Europa, onde estagiou em vários centros científicos do Velho Mundo.
Regressando ao Brasil, fixou residência no Rio de Janeiro, dedicando-se à clínica e ao jornalismo.
Faleceu na capital da República, em 9 de novembro de 1902. Seu corpo, embalsamado, chegou a Salvador, no dia 1º de dezembro, a bordo do cruzador “Deodoro”, posto à disposição pelo Presidente da República.
No dia 3, ás 13 horas, diante do seu corpo, na Capela armada na Faculdade de Medicina, falou, em nome da Congregação, o Prof. Climério de Oliveira.
No Cemitério do Campo Santo, entre os oradores que o saudaram, destacamos Oscar Freire, Arlindo Fragoso, Henrique Casais, Plácido de  -Mello, Aurelino Leal e Francisco Souto.
Do discurso de Aurelino Leal, destacamos o seguinte trecho: “Não penses que a multidão te leva: tu és quem leva nossa romagem piedosa do sepulcro em que o teu corpo fica, mas onde o teu espírito volta aninhado em cada coração bahiano, como uma relíquia digna de carinho e de desvelo...”

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.       Pereira, Antônio Pacífico – Memória sobre A Medicina na Bahia. Salvador, 1923.
2.       Pereira, Manoel – Manoel Vitorino. Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume I, Abril. Salvador, 1978.
3.       Sá Oliveira – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
4.       Souza, Loureiro de – Baianos Ilustres. Salvador, 1973.





APÊNDICE
QUAL A DATA DO NASCIMENTO DE MANOEL VITORINO PEREIRA ?


MANOEL VITORINO PEREIRA
EM IDADE MAIS AVANÇADA
*
“Muitas dúvidas existem quanto ao ano em veio ao mundo Manoel Vitorino, isto é, se em 1893 ou 1854.
Nem sempre merecem fé absoluta as próprias certidões de assentamento que se exibem como demonstração infalível. É forte o conceito, mas justa a afirmativa. E vejamos, para raciocinar. Com o regime, secularmente adotado, de se acrescer ou reduzir idades, para matrícula, em certos departamentos de ensino, para o serviço militar, para a celebração de casamento com o consentimento ou não de pais ou tutores, para a habilitação em heranças, para a consecução de determinados empregos e ainda por simples extravagância de comemoração de efemérides em datas correspondentes, e coincidência de interesses, isso de alterações dúplices ou tríplices sempre se praticou. E dá-se mais,convindo aargumentar a propósito: certo pai, ou mãe, tem o seu aniversário em tal dia e vem lem-lhe o filho com o nascimento em data `as proximidades desse aniversário. Pois bem, para que a comemoração natalícia de ambos se celebre apenas um dia, leva-se ao registro civil a informação, nada exata, mas autorizada, de que esse novo pipilo nascera em dia correspondente ao desejado, para uma só festa natalícia. Por diversos pretextos isso se verifica, a qualquer passo. E mais. Certo casal deu ao primogênito, por exemplo, o nome de Evaristo, e assim o batizou e o registrou. A criança more meses apenas decorridos. De seguida ocorre o aparecimento do secundogênito, que igualmente se chamará Evaristo, tamanho o empenho do casal em ter no seu lar e família um rebento com este nome. Anos depois quantos se passem, recorre, à certidão de batismo ou de registro civil em prova de idade de Evaristo, e se vai topar, ignorando-se o duplicado assentamento, que o primeiro encontradiço é o verdadeiro, é o legítimo. O argumento tem similitude ao conto de Mark Twain, de que ambos, nos primeiros meses de idade, impressionantemente parecidos, foram levados à banheira e nesse banho um lá ficara asfixiado, por isso nunca mais se conseguiu saber qual a vítima do afogamento, se ele ou o irmão.
Nem sempre, pois, os documentos valem como definição absoluta e atentem bem nisso os historiadores e, sobretudo os juízes.
Ignoro, entretanto, se qualquer essas hipóteses tivesse sido verificada de referência a Manoel Vitorino. Mas ao discutir-se a dúvida primeira, “A TARDE”, desta capital, fez-se manhã no exibir uma certidão a propósito: “A 26 do mesmo mês (Outubro) e ano, batizei e pus Santos óleos a Manel, branco, nascido a 31 de janeiro do corrente ano, filho legítimo de Vitorino José Pereira e de D. Carolina Maria França Pereira. Foram padrinhos o Sr.Manoel Francisco Alves, casado, da freguesia de São Pedro, e tocou a coroa de Nossa Senhora  Francisco de Sales Souza Caria, solteiro,da freguesia do Pilar. Do que mandei fazer este assento, que assinei. O Cônego Francisco Pereira de Souza, vigário colado”. Se 31 ou 30 de janeiro e se Franco ou França o sobrenome da esposa de Vitorino, isso vai por conta do vigário, cujo livro de registro de batizados da freguesia de N.S. da Conceição, correspondente a 1853, assim o disse à página 139. Na Capital da República, o Ministério da Educação fez-se oráculo insuspeito no dissídio e determinou que se comemorasse a 30 de janeiro do ano fluente o centenário do nascimento do muito ilustre baiano e brasileiro, cessadas, deste modo, quaisquer dúvidas demais.
Sacramento Black, fonte perene de informações bibliográficas através de seu importante Dicionário dá, no 6º volume, publicado em 1900, que Manuel Vitorino Pereira nasceu em 1853 e todos os seus demais informes nos permitem entrever que o próprio Manuel Vitorino isso lhe fornecera, pois nenhuma sofre contestação dele, ao que sabem todos, e divulgam, a respeito, do eminente joranlista.
Dr. Otávio Torres, enumerando os assentamentos relativos ao quadro de catedráticos, enuncia o nascimento de Antonio Pacífico Pereira em 1846, de Manuel Vitorino Pereira em 1853 e de Francisco Bráulio Pereira, três irmãos e professores da Faculdade, em 1858.
Afrânio Peixoto, afirma no seu famoso “Livro de  Horas” que Manuel Vitorino nasceu em 1855.
No mesmo estirão encontramos Pedro Calmon, na sua “História da literatura baiana” que é de 1939, fatos que não são contestados.
Gonçalo Moniz, em seu livro “A| medicina e sua evolução na Bahia”, assegura ter sido em 1853 o nascimento de seu glorioso colega de cátedra, de quem estamos tratando.
Para Antônio de Araújo de Aragão Bulcão, Manuel Vitorino Pereira nasceu em 1855.
Arlindo Fragoso, diz que Manuel Vitorino nasceu em 1853...”

(Afonso Costa, conferência lida por Francisco Peixoto de Magalhães, na sessão comemorativa do centenário de Manuel Vitorino Pereira, realizada no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia).





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