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By Ferramentas Blog

sábado, 12 de fevereiro de 2011

237- JOSÉ FRANCISCO DA SILVA LIMA

237- JOSÉ FRANCISCO DA SILVA LIMA
JOSÉ FRANCISCO DA SILVA LIMA
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Nasceu em Vilarinho, Portugal, em 15 de janeiro de 1926.
Chegou à Bahia em 1840, com 14 anos de idade.
Matriculou-se na Faculdade de Medicina em 1846, e por ela foi diplomado em 1846.
A partir do início da década de sessenta,  criou, com Wulcherer e Paterson, a chamada “Escola Tropicalista da Bahia”.
Disse Aristides Novis: “Espírito culto, dotado de rara penetração dos fatos mórbidos, Silva Lima era o centro de atração da mocidade estudiosa do seu tempo, que dele se acercava , sequiosa, para haurir dos seus lábios  a avisada palavra do clínico, veículo suave da erudição profunda que desfrutava, e a cujo condão muitas dúvidas se dissipavam, até mesmo da gente provecta, - nos embaraços com os torneios charadísticos da profissão. Reunia excelentes qualidades de mestre, e o era, de fato, sem ser professor” (2).
Edgard Cerqueira Falcão, traçando o perfil de Silva Lima, afirmou que ele implantou na Bahia, com Wucherer e Paterson, o primeiro marco no estudo das doenças tropicais em nosso país e estabeleceu em sua residência, o primeiro biotério instalado em nossa terra.
Seus estudos sobre o beriberi tiveram grande repercussão.
Foi um dos fundadores da “Gazeta Médica da Bahia e nela publicou diversos trabalhos sobre filariose e outras endemias tropicais, pelo que mereceu de Gilberto Freire o seguinte comentário: “Silva Lima, Wucherer e Paterson souberam, como poucos, considerar os problemas e assuntos regionais, tropicais, brasileiros, em vez de repetir de majestosas tribunas iguais a púlpitos, em linguagem solenemente imitada dos clássicos portugueses, lições de mestres europeus, desconhecedores de condições brasileiras, de meios tropicais e de populações mestiças”  (1).
Agrippino Martins, disse que “no caso particular do beribéri, o grande mérito de Silva Lima, ao estudar de maneira magistral esta doença, foi o ter percebido que se tratava de uma entidade mórbida ainda não observada no país; identificou-a, ao menos no tocante ao quadro sintomático, com a doença reinante na Índia  e dividiu-a em três formas clínicas até hoje mundialmente aceitas; compendiou as suas observações e estudos numa monografia modelar, vazada em moldes de rigorosa precisão científica, escrita em linguagem singela, exata e elegante” (3).
No período compreendido entre 1866 e 1908, Silva Lima publicou quase uma centena de trabalhos versando sobre febre amarela, ainhum, ancilostomose, beribéri e filariose.
 “O grande médico luso-brasileiro, deixa seu nome ligado de maneira indelével à história da medicina de nossa terra. Empregando o método experimental no estudo das nossas endemias, ele cooperou, no dizer de Caldas Coni, para a independência da medicina brasileira” (Ibidem).

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.       Coni, Antonio Caldas  – Escola Tropicalista da Bahia. Salvador, 1951.
2.       Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930), Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Disponível em http:WWW.dichIstoriasaude.coc.fiocruz.br. Acesso em 6 de novembro de 2009.
3.       Lacaz, Carlos da Silva – Vultos da Medicina Brasileira. São Paulo, 1966.
4.       Leite, Geraldo – José Francisco da Silva Lima – Conferência proferida na Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública. Salvador, 1996
                                                                                                           
           APÊNDICE


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José Francisco de Silva Lima nasceu em Portugal, na aldeia de Vilarinho, no dia 15 de janeiro de 1826. Chegou à Bahia, aos 14 anos, em 1840 e doutorou-se em 1851 pela Faculdade de Medicina, defendendo a tese A força medicatriz da natureza, primeiro trabalho filosófico editado no estado. Neste mesmo trabalho, observou que, ao contrário do que acreditava a comunidade científica da época, nada justificava considerar a febre amarela como contagiosa. Somente 40 anos depois, na década de 1890, cientistas cubanos comprovaram que a febre amarela não era realmente contagiosa e sim, transmitida por um mosquito.
No ano de 1851, fundou o jornal Gazeta Médica da Bahia, da qual foi o principal colaborador. Neste jornal, publicou uma série de estudos sobre a filariose bancroftiana. Em 1862 naturalizou-se brasileiro.
Junto com o médico alemão Otto Wucherer e o médico inglês John Paterson, ficou conhecido na história da medicina brasileira como representante da Escola Tropicalista Bahiana, por ter inovado os estudos da medicina tropical no Brasil através da utilização do método experimental.
Silva Lima foi também responsável pela implantação, em sua própria casa, do primeiro criadouro de animais de laboratório no Brasil e, todas as semanas, reunía-se com Wucherer e Paterson para debater suas descobertas.
Foi o primeiro médico a descrever o ainhum, doença comum aos negros no Brasil, que se caracterizava pelo  estrangulamento progressivo dos dedos mínimos do pé (hoje denominada doença de Silva Lima).Também estudou com minúcia o beribéri e suas  diferentes variedades clínicas.
Morreu no dia 10 de fevereiro de 1910.

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