ARMANDO SAMPAIO TAVARES
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Nasceu em 01 de novembro de 1894, em Santo Antônio de Jesus, Bahia, sendo seus pais Manoel Dias Tavares e Maria da Glória de Almeida Sampaio.
Seu pai era irônico. Estando “`a beira da morte, foi procurado insistentemente por uma senhora, que lhe pedia determinado documento. Dizia ter sido entregue por seu progenitor, há alguns anos. Já dispnéico, respondeu sarcasticamente: “Não está esse papel absolutamente comigo, mas se a Senhora quiser, quando eu chegar lá em cima, poderei dar o recado a seu pai” (3).
Armando Tavares fez o curso primário em sua terra natal, mudando-se para Salvador em 1907. onde continuou seus estudos, no Ginásio Ipiranga.
Em 1913, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, levando consigo grande bagagem de humanidades, a qual cultivou e aprimorou com o passar dos anos.
Colou o grau de doutor em Medicina, no dia 20 de dezembro de 1917.
Foram seus colegas de turma: Agenor de Souza Bomfim, Alexandre Afonso de Carvalho, Arlindo Raimundo de Assis, Armínio Fraga,Colombo Moreira Spínola, Edgar Rego Santos, e Mário Macedo Costa. Agenor de Souza Bomfim, Alexandre Afonso de Carvalho, Colombo Moreira Spínola, Edgar Rego Santos e Mário Macedo Costa tornaram-se professores da Faculdade. Edgar Rego Santos, além de professor, foi Diretor da Faculdade, fundador e Reitor da Universidade da Bahia. Arlindo Raimundo de Assis, foi aluno laureado e figura de projeção nacional, na luta contra a tuberculose. Armínio Fraga foi professor na Faculdade Nacional de Medicina.
Após a formatura, Armando Tavares visitou a Europa, em viagem de estudos, onde passou alguns meses.
Regressou ao Velho Mundo, em 1930, representando o Brasil no VII congresso Internacional de Tuberculose.
Doi Assistente da 1ª cadeira de Clínica Médica (1918 a 1926), docente-livre da Clínica Médica (1927), regente da 1ª cadeira de Clínica Médica (1927) e professor catedrático, por concurso, da 1ª cadeira de Clínica Médica (1929 a 1944).
De 1919 a 1920, realizou curso de especialização em Patologia Clínica, no Instituto Manguinhos, no Rio de Janeiro.
Armando Tavares foi um grande professor. Não era apenas o mestre que apresentava com segurança a matéria teórica em aulas bem esquematizadas e claras, em linguagem escorreita e elegante, como nos diz um dos seus discípulos, Luiz Rogério, em publicação feita em O BRASIL MÉDICO: “Todos nós que fomos seus discípulos, que lhe ouvimos as lições, recordamos aquele estado estase em que fluíam as suas palavras, ao começar do pensamento sem que, nem ele que dizia, nem nós que o escutávamos, nos déssemos conta de que o tempo da aula já era findo” (2).
Sua bibliografia inclui sessenta e cinco trabalhos publicados, a maioria em revistas médicas.
Pertenceu à Academia Nacional de Medicina e a inúmeras outras instituições científicas e culturais.
“A cultura opulenta de Armando Tavares não se limitava aos assuntos médicos e paramédicos. Suas horas de lazer, dedicava-as em grande parte a estudos filosóficos e de literatura. O vernáculo, conhecia-o a fundo e cuidava-o como um artista, ao jeito de Francisco de Castro”(1).
Faleceu em 30 de março de 1944.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1. Cruz, Thomaz Rodrigues da – Armando Tavares: médico e mestre, sábio e bom. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Volume XI, dezembro de 1998.
2. Rocha, Heonir – Discurso de Posse. Anais de Academia de Medicina da Bahia, Volume II, junho de 1979.
3. Rubim de Pinho, Berenice Tavares – Aramando Sampaio Tavares. Salvador, 1994.
4. Sá Oliveira – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
5. Tavares-Neto, José – Diplomados de 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Feira de Santana, 2008.
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