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By Ferramentas Blog

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ARISTIDES CEZAR SPÍNOLA ZAMA

ARISTIDES CEZAR SPÍNOLA ZAMA

 


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Nasceu em Caetité, Bahia, em 19 de novembro de 1837, sendo seus pais Cesare Zama de Faenza (de origem italiana) e Rita de Souza Spínola Soriano.
“Iracundo e galanteador, seu pai, o médico Zama de Faenza, veio logo a granjear inimigos. Mas foi um seu escravo de nome Antônio que, após um castigo, apoderou-se da arma do senhor e, quando este atendia um chamado, assassinou-o. Era o ano de 1840 e tinha Cezar Zama dois anos de idade. Pelo crime foi acusado um carpinteiro, de nome Fiúza, que faleceu em face das torturas recebidas no cárcere. Descoberto o verdadeiro autor, este foi enforcado pelo crime – mas já a revolta havia se instalado na cidade, e foi destruída não somente a forca, mas ainda o pelourinho” (1).
A família mudou-se para as Lavras Diamantinas, e Cezar Zama foi enviado para estudar em Salvador.
Na capital da Província, realizou os estudos preparatórios, concluindo-os com tamanho sucesso que seus mestres profetizaram um futuro brilhante para o jovem aluno.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, diplomando-se em 1858.
Foi seu colega de turma o famoso Joaquim Monteiro Caminhoá, que seria pofessor de Botânica e Zoologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janediro e um dos maiores botânicos do Brasil.
Declarada a Guerra do Paraguai, apresentou-se como voluntário, para prestar os serviços da sua profissão. Seu desprendimento, durante o longo período da guerra, foi impressionante.
Retornando do conflito, ingressou na política. Foi eleito deputado provincial, em várias legislaturas. Participou dos movimentos republicanos e, proclamada a República, eleito novamente deputado, foi constituinte. Fechado o Congresso, em 1891, rebelou-se contra o governo central, sublevando a cidade do Salvador e exigindo a renúncia do governador do estado, que apoiara o golpe.
Travou, em pé de igualdade, memoráveis debates com Ruy Barbosa, quer no  Congresso, quer na imprensa.      
Publicou várias obras, dentre as quais destacam-se “Os Grandes Oradores da Antiguidade” e “Os Grande Capitães da Antiguidade”. Era literato e grande conhecedor da língua latina, da qual foi professor.
Diz Loureiro da Silva: “Orador primoroso. O seu verbo flamejante tinha arroubos de José do Patrocínio. De palavra fácil e réplica precisa e pronta, era, no parlamento, respeitado e temido pelos seus pares. Os seus discursos fizeram época. Era dos que, orando, como Bourdalone, comunicava aos ouvintes uma flama de entusiasmo, levando-os ao riso franco, às lagrimas ou à exaltação. Como Ruy, Manuel Vitorino e outros grandes tribunos baianos, Cezar Zama era, por isso, e pelas aprimoradas qualidades do seu caráter, admirado e querido, malgrado as dissensões políticas comuns em todas as épocas e das quais os homens não podem fugir “ (3).
Faleceu em Salvador, no dia  21 de outubro de 1906.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1.     César Zama . Disponível em  http:pt.wikipedia.org/wild/Cezar_Zama.
Acesso em 13 de janeiro de 2009.
2.     César Zama,  o Tribuno. Disponível em http://br.geocities.com/acadca
Etiteenseletras/index_historia_zama.html. Acesso em 13 de janeiro de 2009.
3.     Loureiro de Souza, Antônio – Baianos Ilustres. Salvador, 1973.





APÊNDICE I

O TRIBUNO




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“Durante as legislaturas do Império, abraçou a causa abolicionista. Em célebre embate, foi tripudiado pelo parlamentar mineiro Valadares (depois governador), por ser este escravocrata, ao ver criticado por Zama a proposta da Lei dos Sexagenários: “Vossa Excelência é médico, então fala com a jurisprudência da medicina”... Ironizou o escravocrata um argumento de Zama, o que de pronto respondeu-lhe: “Não, falo com a jurisprudência do Cristo, que pregava serem todos os homens iguais”!
Presidiu, junto a outro parlamentar, a última Sessão do Parlamento no Império, e atuou como constituinte na primeira Carta Magna da República.
Exercia oposição a Joaquim Manoel Rodrigues Lima. Mas, mesmo assim, quando de sua indicação para a candidatura ao Governo do Estado, na primeira eleição a este posto da História, reconheceu o valor do seu conterrâneo. Eleito, o dr. Joaquim Manoel fez a Assembléia Estadual aprovar uma lei que obrigava a Imprensa Estadual a publicar suas obras !
Durante a administração do marechal Floriano Peixoto (1892-1894), a mais agitada que tem tido a República, o Dr. Cezar Zama foi o único deputado que, na Câmara, analisou, com desassombro, seus atos, afrontando-lhe o poder discricionário.
Mas receando qualquer violência da parte do marechal, só se apresentava na Câmara fardado pois tinha as honras de coronel honorário, distinção que lhe fizera o governo da República.
Não obstante essa oposição, Floriano Peixoto que tudo podia, nada fez, acatando-lhe as imunidades do cargo.
Essa atitude de franca hostilidade ao poder valeu-lhe, no seu regresso à Bahia, depois do término da sessão parlamentar, a mais estrondosa manifestação  popular de que foi alvo.
Finda a legislatura o Dr. Cezar Zama não mais voltou à Câmara, guerreando pela oposição cujo desvairamentos combateu, com altiva sobrançaria.
Deixou nomeada de tribuno arrojado, graças à extraordinária popularidade que soube conquistar  nesta terra, pela maneira superior por que se portara nas lutas políticas em que tomara parte ativa.
No regime atual, representou a terra natal na Câmara Federal, sempre cercado de admiração sincera e devotamento dos seus conterrâneos.
Cultor inteligente da seleta literatura e polemista consumado, deixou na imprensa um nome feito sobretudo nas pugnas políticas, pela concisão e lógica dos seus artigos de crítica.
A sua colaboração na imprensa é uma obra valiosa, pois constitui subsídio altamente proveitoso para a história política da nossa terra.”

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